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Conhecido como um dos líderes do Movimento Modernista brasileiro, o poeta Menotti Del Picchia viveu o início de sua carreira literária em Pouso Alegre. Nascido em São Paulo, em 20 de março de 1892, Paulo Menotti Del Picchia era filho de pais italianos e, ainda menino, mudou-se para a cidade de Itapira (SP), onde concluiu os estudos primários. Em Campinas, iniciou o curso secundário, embora não o tenha concluído nessa cidade.

Seu pai, Luiz Del Picchia, viajava constantemente a Pouso Alegre, onde realizava trabalhos de pintura, além da decoração do teatro do Colégio São José. Manifestando ao bispo Dom Nery o desejo de transferir Menotti para Pouso Alegre, propôs pagar os estudos com seus serviços. Assim, em 1906, Menotti Del Picchia transfere-se para o Ginásio Diocesano São José e passa a morar em um quarto de frente para a Praça Senador José Bento.

Pouco depois de se mudar para esta cidade, o jovem Menotti, de apenas 14 anos, publicou os primeiros versos no jornal literário do Ginásio São José, chamado “O Estudo”, fundado por ele e um colega. Seu interesse pela poesia cresceu com o apoio de Joaquim Queiroz Filho, seu professor de português, que descobriu por acaso o talento literário do jovem estudante.

Em 18 de agosto de 1908, foi distribuído entre os estudantes do Colégio São José o primeiro número do jornal “O Mandu”, que tinha Menotti Del Picchia como redator-chefe. O jornal era escrito por ele e seu colega Antenor Lemos, que tomavam carro de praça e entregavam os exemplares pessoalmente aos assinantes da cidade.

Depois de ser aprovado com distinção nos exames finais, Menotti concluiu o secundário (Ciências e Letras) no Colégio São José e participou da formatura solene no dia 25 de janeiro de 1909. Pouco tempo depois, mudou-se para São Paulo, onde iniciou o curso de Direito na Faculdade do Largo São Francisco. Depois de se formar, o jovem poeta continuou a se dedicar à literatura, publicando diversos trabalhos, entre os quais seu mais conhecido livro de poesias, “Juca Mulato” (1917).

Em 1922, Menotti Del Picchia participou da Semana de Arte Moderna, marco do início do Modernismo, movimento que mudou consideravelmente os rumos da arte e da literatura no Brasil. Reconhecido nacionalmente por sua obra, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1943 e exerceu, ainda, outras atividades, sendo eleito deputado federal por São Paulo. Faleceu na Capital Paulista, em 23 de agosto de 1988, com 96 anos. 

 

 

Fonte: Semana Religiosa, 18/06/1982; Juca, 30/03/1992.