Na noite desta quinta-feira, 15, a Câmara Municipal reconheceu o talento dos artistas de Pouso Alegre com a entrega da Comenda Nonô e Naná. Sugerida pelo vereador Maurício Tutty, a homenagem é realizada anualmente desde 2014, quando cada vereador tem a oportunidade de indicar um artista ou um grupo das seguintes modalidades: música, dança, pintura, escultura, arquitetura, teatro, literatura, cinema e fotografia.
Falando em nome dos agraciados da noite, Marcelo Ferreira salientou a importância da continuidade que a arte proporciona e a importância de se dar continuidade à arte, traçando um paralelo entre o evento e o recente falecimento de Naninha Basílio, filha da dupla Nonô e Naná, que dá nome à honraria da Câmara.
A vereadora Dulcinéia Costa, que presidiu a sessão, exaltou a função social do artista. “Que esta honraria entregue hoje seja capaz de fazer florescer em cada um de vocês o desejo de continuar sempre em frente. Artista não é aquele que escreve, não é aquele que pinta, atua ou canta, é aquele que encanta”, finalizou a vereadora.
Após a entrega das Comendas, a Sessão Especial foi encerrada em grande estilo com apresentação de Zé Helder, Aldo Custo e Elder Costa.
CONHEÇA A HISTÓRIA DE NONÔ E NANÁ, DUPLA QUE DÁ NOME À HONRARIA:
A Comenda Nonô e Naná homenageia uma dupla da microrregião de Pouso Alegre, cuja memória está eternizada nas canções e também no livro Memórias do Povo – Vozes de Mestres, de autoria dos pouso-alegrenses Ana Beraldo e Eunice Reis.
Alcides Felisbino Basílio (Nonô Basílio) nasceu em Formiga - MG no dia 22 de novembro de 1922 e faleceu em São Paulo-SP no dia 01 de julho de 1997. Começou a compor com 16 anos de idade. Foi para São Paulo em 1950, mas antes residiu em São João Del Rei, Lamos e Rio de Janeiro.
O encontro com Naná, nascida em Divinópolis, no dia 19 de agosto de 1934, ocorreu em Formiga, quando ela fazia teatro amador e Nonô formava dupla com seu irmão Dudu: era a dupla "Irmãos Basílio".
Com apenas 12 anos de idade que Alcides adotou o pseudônimo de Nonô Basílio e, nessa época, já se apresentava com os "Irmãos Azevedo", que faziam sucesso na emissora de rádio de Formiga. E Maria de Lourdes, a Naná, apresentava-se num teatro amador local, ao passo que Nonô cuidava da parte musical do mesmo. Até que em 1938, Nonô Basílio deixou o conjunto dos Irmãos Azevedo o qual havia se transformado numa orquestra.
Em 1950 Nonô conheceu o renomado trio "Luizinho, Limeira e Zezinha" na Rádio Tupi de São Paulo. E eles gravaram em 1951 o corrido "Cantando Sempre" (Nonô Basílio e Mauro Pires). Nonô Basílio passou então a ter suas composições gravadas por Luizinho, Limeira e Zezinha, Palmeira e Biá e também Jeca Mineiro e Mineirinho. Com Jeca Mineiro e Lúcio Sampaio que Nonô Basílio formou o Trio "Seresteiros do Sul" que se apresentou com sucesso na Rádio Cultura de São Paulo. Em 1953, celebrou-se o casamento de Alcides com Maria de Lourdes, o qual teve como padrinhos a dupla Cascatinha e Inhana.
Desfeito o "Trio Seresteiros do Sul", Nonô voltou a se dedicar à sua antiga profissão que era a de alfaiate. Junto com Maria de Lourdes, costumava cantar nas horas vagas e o casal foi percebendo que as vozes se combinavam e finalmente formaram a dupla "Nonô e Naná". Nonô e Naná gravaram o primeiro disco em 1957 na Todamérica, gravadora que era dirigida pelo Cascatinha. Também continuaram com as apresentações em circos e teatros das cidades do interior. Além de 11 LP's gravados pela dupla, em 1971, Nonô e Naná participaram do filme "No Rancho Fundo", de Osvaldo de Oliveira.
Em 1996, Nonô e Naná gravaram o último disco e único CD da dupla, "Nossa Última Lembrança". Por essa época, Naná apresentava problemas na voz (desde 1980). E Nonô Basílio deixou esse mundo no ano seguinte à gravação do CD.
Como compositor, Nonô Basílio é sem dúvida de fundamental importância para o nosso cancioneiro sertanejo; e um grande momento de sua carreira foi certamente o lançamento e o sucesso de “Mágoa de Boiadeiro”, que ele compôs em parceria com Índio Vago. Essa belíssima composição foi gravada por dezenas de diferentes intérpretes, tais como Pedro Bento e Zé da Estrada, Sérgio Reis, Ouro e Pinguinho e outros mais.
Como compositor, Nonô Basílio teve como um dos mais constantes parceiros o acordeonista Mário Zan, com quem compôs, entre outras, o xote "Criança Sapeca" (gravada pelo próprio Mário Zan), o baião "Vovó Caduca" (gravado pelo Duo Ciriema) e a tupiana "Linda Forasteira" (gravada pelo Duo Irmãs Celeste.
Em visita ao amigo compositor sertanejo Luiz de Castro, em Pouso Alegre, Nonô gostou da cidade e decidiu se mudar. No início, ele alugou uma casa no bairro Primavera. Mais tarde, comprou e viveu por muitos anos em um sítio no Cantagalo. Nessa época, profissionalmente, eles já tinham atingido o auge e faziam shows na região. O grande sucesso da dupla é “Casa de Caboclo”, de autoria de Nonô.
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Publicado em: 16 de dezembro de 2016
Publicado por: Emanuela Barretto
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Categoria: Notícias da Câmara
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