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Além dos soldados pouso-alegrenses que integraram a FEB (Força Expedicionária Brasileira) na Itália ao lado dos Aliados, Pouso Alegre teve outra participação na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O Brasil aderiu a esse conflito armado entre os países do Eixo (liderados por Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados (União Soviética, Estados Unidos e Império Britânico), a partir de fevereiro 1942, depois que submarinos alemães e italianos iniciaram o torpedamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico.

Em 21 de novembro de 1942, o navio mercante alemão Annelise Essemberg, que navegava próximo à costa brasileira, foi afundado por sua própria tripulação, quando ia ser identificado por navios americanos da 4ª Esquadra Americana, cuja base era no Recife. O Essemberg, que pesava 5 mil toneladas, era um furador de bloqueio que vinha do Japão trazendo borracha, material de alta relevância estratégica para o esforço de guerra nazista. 

A tripulação do navio foi enviada do Recife para o Rio de Janeiro e, posteriormente, para Pouso Alegre. Os marinehiros chegaram a esta cidade em 21 de setembro de 1943 e os oficiais 3 meses mais tarde, em 29 de dezembro. No campo de prisioneiros criado em Pouso Alegre, estiveram recolhidos 62 prisioneiros de guerra alemães, dois quais 42 eram marinheiros mercantes e 20 marinheiros de guerra. Eram 14 oficiais, 13 suboficiais e 35 marinheiros.

Os prisioneiros alemães permaneceram em Pouso Alegre até 15 de abril de 1944, quando foram enviados de volta para o Rio de Janeiro e, em seguida, para os Estados Unidos, para serem trocados por soldados dos Aliados presos pelas potências do Eixo. Conta-se que, durante o período que estiveram presos em Pouso Alegre, os alemães revelaram bom comportamento e foram bem tratados pelos pouso-alegrenses.

No acervo do MHM Tuany Toledo, há o capacete de aço que pertenceu a um dos soldados que ficou detido no Campo de Concentração de Pouso Alegre. Esse objeto, que pesa cerca de 1,5kg, possui em uma das laterais o desenho de um escudo, no centro do qual há uma águia segurando com as garras a suástica, símbolo da Alemanha nazista de Hitler.

Fonte: Cláudio Moreira Bento, Revista Leitura, 10/06/1991.